segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

ANÁLISE PSICOLOGICA DA MENTE DE HITLER

Saudações, mentes ávidas do amanhã! Esse trabalho tem como objetivo revelar um pouco sobre a mente de uma dos indivíduos mais cruéis que conhecemos na história da humanidade, se não a mais cruel de todas. Seja por qual for o motivo sua pessoa e sua psique continuam a trazer interesse em milhões de pessoas no mundo inteiro. A história de sua vida, estratégias, visão de mundo e ideais nos instigam e nos fazem pensar. Como um ser humano foi capaz de levar o mundo à guerra com base em seus ideais de superioridade de seu povo em detrimento dos demais? Extremismo, preconceito, complexo de superioridade? Tire suas próprias conclusões no trabalho que se segue!

Hitler tinha uma personalidade altamente complexa. Seu ego era explosivo, belicoso, neurótico, intolerante, manipulador, messiânico. Como alguém com tais características doentias pode dominar a Alemanha, que era indubitavelmente um dos povos mais cultos do seu tempo? Após o vexame da derrota na Primeira Guerra Mundial e as pesadas indenizações do tratado de Versalhes, a Alemanha era uma nação com uma inflação galopante e altos índices de desemprego, violência social e a falta de líderes políticos, tornou a nação um caldeirão de estímulos estressantes que diminuíam os níveis de consciência crítica da população e elevaram o instinto de sobrevivência. Adolf Hitler dominou a Alemanha quando sua imunidade psíquica estava em baixa, tal como um vírus que infecta um corpo quando o sistema de defesa está combalido. Era um megalomaníaco com necessidade neurótica por poder que revelava um messianismo fanático por meio do que ele chamava de “Providência Divina”. O povo alemão foi iludido, pois é difícil perceber o veneno de uma cobra quando ela serpenteia admirável, arguta e vagarosamente sobre o solo.

O líder instável



Os vivos num momento estão tranquilos noutro, inseguros; num período são racionais, noutro, incoerentes; num período, gentis, noutro, individualistas. A flutuabilidade branda é aceitável, mas a extrema é gritante, o caso de Adolf Hitler era gravíssima, refletia uma mente destruidora. A emoção do Führer da Alemanha flutuava entre o céu e o inferno. Hitler não era psicótico com alguns o consideram erroneamente, ele era psicopata, e, como tal tinha plena consciência dos seus atos. Feria, excluía, exterminava, e não sentia a dor dos outros. E não era apenas psicopata, mas também sociopata, portador de alta periculosidade, o que o levava a colocar a sociedade em risco pela sua virulência.  A mente dele não era simplista, mas altamente complexa e sedutora: em alguns momentos, expressava grande generosidade; noutros, extrema violência. A psique de Hitler era espantosamente não linear e extremamente paradoxal, o que o levou a confundir a culta sociedade alemã. Por um lado nutria um intenso afeto por animais, por outro, não nutria afeto pelos seres humanos.

Quando fazia suas reuniões de cúpula, o clima era de um controle absoluto dos participantes. Raramente havia aqui ou ali alguma conversa paralela entre ministros e líderes das forças armadas. Um dos participantes dessas reuniões relatou:
“Havia uma corrente de servilismo, de nervosismo e de permanente falsificação da realidade, terminando por sufocar-nos e gerando um mal-estar físico. Nada ali era autêntico, a não ser o medo”.

            Falsificando a realidade Hitler conseguia sempre fazer fluir a confiança e despertar esperança diante dos líderes da Alemanha. Uma autoridade que permaneceu indiscutível até seu último fôlego de vida, apesar de seus erros, suas mentiras, seus rompantes de agressividade e suas teses incoerentes. O medo, a velha ave de rapina do psiquismo, era a única coisa autêntica nas reuniões dos arquitetos da Segunda Guerra Mundial, mas os cegos seguidores de Hitler não se mapeavam nem a mapeavam, não adentravam o edifício do psiquismo.

            Hitler era portador de um otimismo inabalável e de uma autoridade inquestionável nas reuniões ministeriais e nas campanhas de guerra, mas quando estava só, recluso em seu Bunker, ficava frequentemente deprimido, tinha uma atitude sombria de meditação, um espírito distante e vago. Suicidou-se emocionalmente anos antes de fazê-lo fisicamente. Ele assassinou seu prazer de viver, pois nunca aprendeu que o segredo do prazer de viver se encontras nas pequenas coisas. Precisava de grandes eventos para experimentar fagulhas de alegria. Eis mais duas flutuações doentias do líder da Alemanha: otimismo social e depressão, autoridade política e fragilidade emocional.

De sua exposição se conclui que tinha uma péssima relação consigo mesmo. A solidão o asfixiava. Só se podia ver o brilho evidente no seu rosto diante das grandes decisões, do domínio dos povos, da bajulação das plateias. O que se pode esperar de uma de uma sociedade cujo líder é mal resolvido? Um líder doente adoece sua sociedade. Como todo ditador, Hitler não desenvolveu o pensamento abstrato, era incapaz de corrigir suas rotas. A mente dele era pendular, flutuava entre a amabilidade e a agressividade explosiva.
Como conviver com um homem que não se sabia como estava seu humor? Como agir diante de uma pessoa que em alguns momentos mostrava afetividade, noutros, uma compulsão para eliminar a quem a ele se opunha? Albert Speer, amigo e arquiteto de Hitler, falou dos paradoxos comportamentais dele. Disse que na campanha eleitoral, em 1932, após a chegada ao aeroporto de Berlim, Hitler, num momento de intensa agressividade, repreendeu seus assessores pelo atraso dos carros que deveriam pegá-lo. Caminhava de um lado para o outro ansioso, descontrolado. Baia com seu chicote no alto das botas, como se quisesse espancar alguém. Speer, ao ver seu descontrole e sua irritabilidade diante de uma pequena contrariedade, disse: “Era diferente do homem com modos gentis e civilizados que me impressionara...”.

O Führer e as mulheres


O Führer era um verdadeiro cavalheiro com algumas mulheres, como as esposas dos oficiais e empresários e suas secretárias. Era capaz de pegar as mãos delas e delicadamente as beijar. As mulheres alemãs tinha verdadeiro fascínio por Hitler, o mais famoso solteirão. Tinham a impressão de que ele era um homem de rara sensibilidade. Onde as encontrava ele se curvava para beijar suas mãos, em especial as mulheres da alta-roda. Mas o mesmo homem que beijava generosamente as mãos das mulheres arianas era o que dava ordens para matar milhares de mulheres judias e de outras minorias perseguidas (nunca esqueçam que não fora só os judeus perseguidos pelos nazistas) sem nenhum constrangimento, inclusive ciganas. Eis outra flutuação fantasmagórica.

As mulheres próximas de Hitler adoeciam de tal maneira que tentavam o suicídio. Mini Reiter, uma de suas namoradas, tentou o suicídio em 1926; Geli, sua sobrinha e amante se matou em 1931; Renata Muller, uma amiga, também o fez, em 1937. Inge Ley, mulher do político Robert Ley, tentou contra a sua própria vida. E, por fim, Eva Braun se matou com cianureto poucas horas depois de se casar com Hitler. As mulheres mais intimas dele entravam em colapso, pois ele primeiro as cativava, depois furtava-lhes as identidades e por último as levava ao desespero.

Hitler era um homem de dupla performance, dupla face, uma no palco, outra nos bastidores, com tendências de inspirar ao suicídio. Ele era um suicida em potencial. Tinha resiliência débil, baixo limiar para lidar com frustrações, não suportava ser contrariado. Atitudes violentas ou depressivas acompanhavam suas decepções. Goebbels alimentava seu messianismo. Inclusive no fim da vida. Dizia a Hitler: “Se a morte fosse seu destino, deveria procurá-la nos escombros de Berlim. Sua morte seria um sacrifício à lealdade para com sua missão na história mundial”.

Hitler e a arte


Era um grande apreciador de música, mas como alguém como ele podia gostar de algo que normalmente denota sensibilidade e generosidade? Era possível, pois há diferença mais diferenças entre admirar a música e contemplá-la do que imagina o mundo das artes. Admirar é uma experiência fortuita, desprovida de profundidade. Contemplar a música é se entregar a ela, é penetrar em sua essência, imergir em sua sensibilidade, sentir o “paladar” das suas notas. Somente a contemplação produz a generosidade e o altruísmo. Hitler podia ser rude, tosco, inculto, mas tinha um psiquismo singular, admirava indubitavelmente as artes embora não as contemplasse. Era um escritor sem brilhantismo, um pintor, frustrado que pintava aquarelas no estilo de cartões-postais. E como vimos, era um confesso amante da música. Ele declarou após iniciar a guerra: “Sou um artista e não um político. Quando terminar a guerra, pretendo me dedicar às artes...”. O homem que confessava solenemente a importância da música foi ele mesmo o maestro da orquestra que protagonizou os maiores crimes contra a humanidade. A batuta que usava para reger era a mesma que manipulava para tirar vidas.

Outra característica do Führer era o gosto pelo cinema, era considerado um cinéfilo, seu gênero preferido era desenhos animados, pois sim, pasmem desenhos animados. Goebbels certa vez o presenteou com dezoito desenhos animados do Mickey Mouse, o ratinho da Disney. Não apenas gostava de filmes infantis como de história infantis. Jamais deixou de ler Karl May, o escritor que lia na infância e que escreveu cerca de setenta livros para crianças e adolescentes. E por incrível que pareça, solicitava que soldados que estivessem no front da batalha pudessem ter em mãos um livro do seu autor infantil preferido para sobreviver às intempéries ambientais. Hitler, intelectualmente imaturo, vendia a imagem de um grande líder.

Continuará na próxima postagem...

Você quer saber mais?

CURY, Augusto. Colecionador de Lágrimas. São Paulo: Editora Planeta, 2012. 

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