Os grupos neonazistas e de supremacia branca estão usando a rede de computadores Internet para recrutar novos membros.
A rede possibilitou que esses grupos, antes escondidos, pudessem falar ”sem censura” para os 37 milhões de pessoas que acessam a Internet só nos EUA e Canadá.
Segundo Tom Metzger, 58, o líder do grupo White Aryan Resistance (Resistência Ariana Branca, cuja sigla, WAR, quer dizer guerra em inglês), em apenas seis meses de uso da Internet, o número de membros do grupo aumentou pelo menos 25%. O WAR já tem 16 anos de existência.
Metzger, condenado a pagar US$ 3 milhões pela morte de um imigrante etíope por um membro de seu grupo em 1988, disse que considera a Internet um ”excelente meio” pela possibilidade de ”influenciar os jovens”.
”Os judeus nos tiraram da TV, nos tiraram do rádio, eles não colocam nossos anúncios em seus jornais. A Internet passou a ser um meio de livre expressão”, disse Metzger, na sede do grupo, em Fallbrook, na Califórnia (EUA).
”É também um meio de entrar nos países em que minha entrada foi proibida, como o Canadá, o Reino Unido e a Alemanha”, disse.
Para melhorar o uso da rede, alguns grupos, e até neonazistas individualmente, criaram ”manuais” de como recrutar o maior número possível de pessoas.
Estratégia
O americano Milton John Kleim Jr., que se auto-intitula o ”O Nazista Número 1 na Net”, lançou o texto ”Sobre as Táticas e Estratégias para a Usenet”, que pode ser encontrado em vários endereços de propaganda racista. A Usenet é a parte da rede de computadores onde estão os grupos de discussão.
Nele, Kleim, que só divulga idéias racistas por computador e que age sozinho, pede que os ”recrutadores do nazismo” entrem nos grupos de discussão comuns e comecem a lançar idéias racistas.
”O crucial é que a nossa mensagem seja disseminada para além de nossos grupos”, diz o texto.
Começou assim, por exemplo, com o grupo de discussão sobre o caso O. J. Simpson (ex-jogador de futebol negro absolvido pela morte de sua ex-mulher e de um amigo dela, ambos brancos). O grupo foi usado para mostrar números sobre crimes cometidos por negros.
Se falam de comida, por exemplo, Kleim recomenda que o ”recrutador” diga que a supervisão da comida ”kosher” (judaica) custa dinheiro público. ”Grupos sobre política e sociedade são adequados para nossa mensagem sobre a mídia controlada pelos judeus.”
O americano Wyatt Kaldenberg, que divulga o WAR pela rede, disse que o retorno é rápido. Após usar um desses serviços, ele afirmou ter recebido cem cartas por e-mail (correio eletrônico) em 36 horas.
Nesses grupos, os racistas também colocam os endereços na World Wide Web (parte multimídia da Internet) de seus grupos.
Esses endereços na Web quase sempre usam o preto, o vermelho e o branco. Eles aproveitam os recursos visuais e colocam músicas e vídeos para atrair os jovens.
Segundo o WAR, 10% de seus membros são jovens que acessam a Internet pela universidade.
Reação
Gravadoras, revistas, endereços para ”links” (ligações) e grupos neonazistas na Internet criaram uma reação contrária: o surgimento de grupos anti-racistas na rede.
O principal deles, o The Nizkor Project, baseado no Canadá, alerta para ”os perigos” do uso da Internet pelos neonazistas.
Grupos como o Simon Wiesenthal Center (caça-nazistas) e a Anti-Defamation League (Liga Antidifamação) também entraram na Web e dão informações sobre o uso da rede pelos radicais. Mas, ao mostrar onde os neonazistas estão, facilitam também o acesso de algumas pessoas a esses grupos.
RODRIGO ONIAS redator da Folha de São Paulo.
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http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/985408-aumentam-conflitos-entre-punks-e-skinheads-em-sao-paulo.shtml
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http://desconstruindo-o-comunismo.blogspot.com/2012/02/os-perigos-do-marxismo-ateu-nao-se-pode.html
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