Fragmento do diário de Anne Frank no dia 10 de outubro de 1942: "Esta é uma fotografia minha, ela mostra como eu gostaria de ficar para sempre. Então eu ainda poderia ter uma chance de ir para Hollywood, mas agora estou com medo, a minha aparência está muito diferente". Amsterdã, Holanda.
— Anne Frank Stichting
Anne Frank foi uma entre o total de 1 milhão de crianças judias assassinadas durante o Holocausto. Seu nome completo era Annelies Marie Frank, nascida a 12 de junho de 1929 em Frankfurt, Alemanha, filha de Otto e Edith Frank.
Nos primeiros cinco anos de vida Anne morou com seus pais, e sua irmã mais velha Margot, em um apartamento localizado nos arredores de Frankfurt. Depois que os nazistas subiram ao poder, em 1933, Otto Frank fugiu para Amsterdã, na Holanda, onde tinha alguns contatos profissionais. O restante da família seguiu Otto, sendo Anne a última a lá chegar, em fevereiro de 1934, depois de haver permanecido por um breve período com seus avôs na cidade de Aachen.
Os alemães ocuparam Amsterdã em maio de 1940. Em julho de 1942, as autoridades alemãs e seus colaboradores holandeses começaram a concentrar judeus de todo o território holandês em Westerbork, um campo de trânsito próximo à cidade holandesa de Assen, não muito distante da fronteira com a Alemanha, de onde os deportaram para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau e Sobibór, na Polônia, então ocupada pelos alemães.
Durante a primeira semana de julho, Anne e sua família esconderam-se em um apartamento, aonde posteriormente outros quatro judeus holandeses vieram a ficar. Por dois anos viveram no sótão de um prédio que ficava atrás do escritório da família, na Rua Prinsengracht, 263, ao qual Anne se referia em seu diário como o “Anexo Secreto”. Johannes Kleiman, Victor Kugler, Jan Gies e Miep Gies, amigos de Otto Frank, haviam preparado o esconderijo e passaram a contrabandear alimentos e roupas para a família escondida, mesmo correndo sérios riscos. Em 4 de agosto de 1944, a Gestapo, Polícia Secreta alemã, descobriu o esconderijo após receber uma denúncia anônima.
No mesmo dia, o oficial da Gestapo sargento Karl Silberbauer e dois colaboradores da polícia holandesa prenderam a família Frank; a Gestapo os enviou para Westerbork no dia 8 de agosto. Um mês depois, em setembro de 1944, as SS e as autoridades policiais colocaram a família, e todos os que com ela estavam no esconderijo, em um trem de carga que ia de Westbrock para Auschwitz, um conjunto de campos de concentração na Polônia ocupada pela Alemanha. Devido à sua juventude e capacidade de serviço, no final de outubro de 1944, Anne e sua irmã Margot foram transferidas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, próximo à cidade de Celle, no norte da Alemanha, para trabalharem como escravas
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Ambas morreram de tifo em março de 1945, poucas semanas antes das tropas inglesas liberarem Bergen-Belsen, no dia 15 de abril de 1945. Os pais de Anne também foram selecionados para o trabalho escravo pelas autoridades das SS. A mãe de Anne, Edith, morreu em Auschwitz no início de janeiro de 1945. Somente seu pai, Otto, sobreviveu à guerra. As forças soviéticas liberaram Otto em Auschwitz, no dia 27 de janeiro de 1945.
Durante o tempo em que ficou escondida, Anne manteve um diário no qual registrava seus medos, esperanças e experiências. Miep Gies, uma das pessoas que havia ajudado a família a esconder-se, encontrou o diário depois que Anne foi presa e o guardou para entregar posteriormente, mas Anne nunca retornou, pois havia sido assassinada pela brutalidade nazista contra os judeus. O livro foi publicado em diversas línguas após o fim da guerra, e ainda é usado em milhares de escolas européias e norte-americanas. Anne Frank tornou-se o símbolo da perda do potencial de todas as crianças que morreram no Holocausto.
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