Judeus do gueto de Lodz colocados em trens de carga para serem deportados para o campo de extermínio de Chelmno. Foto tirada em Lodz, Polônia, entre 1942 e 1944.
— National Museum of American Jewish History, Philadelphia
Os nazistas freqüentemente usavam eufemismos para disfarçar a natureza real dos seus crimes. O termo "Solução Final" foi empregado para se referir ao plano de aniquilação total do povo judeu, e não se sabe ao certo quando os líderes da Alemanha nazista decidiram implementa-la. O genocídio, ou extermínio em massa dos judeus, foi o ápice de uma década de graves medidas discriminatórias contra eles, e que cresciam em severidade a cada ano.
Sob a liderança de Adolf Hitler, a perseguição e a segregação dos judeus foram implementadas por etapas. Depois que o Partido Nazista alcançou o poder na Alemanha, em 1933, o racismo por ele apoiado permitiu a criação de leis anti-semitas, gerou boicotes econômicos e grandes ondas de violência contra os judeus, tais como o pogrom conhecido como a Kristallnacht, Noite dos Cristais, que tinham por objetivo isolar sistematicamente os israelitas da sociedade alemã e forçá-los a deixar o país.
Após setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia, ocasionando assim o início da Segunda Guerra Mundial, as políticas anti-semitas evoluíram para o encarceramento e até assassinato dos judeus europeus. Inicialmente, os nazistas instituíram os guetos, que eram áreas fechadas, destinadas a isolar e controlar os judeus, nas regiões que os alemães denominavam Generalgouvernement, o território conquistado à Polônia no centro e ao leste daquele país, que era administrado por um governo civil alemão, e também em Warthegau, a maior subdivisão da área incorporada à Alemanha, no oeste polonês. Judeus poloneses e de países na parte ocidental da Europa foram deportados para os guetos, onde viviam em condições higiênicas precárias, superlotação, e alimentação inadequada.
Após junho de 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, as SS (organização paramilitar ligada ao Partido Nazista alemão) e grupos da polícia que agiam como unidades móveis de extermínio iniciaram operações de assassinato de comunidades judaicas inteiras naquela área, matando indiscriminadamente todos os seus membros. No outono de 1941, elas introduziram as câmaras de gás móveis, nas quais o cano de escapamento dos caminhões utilizados havia sido reajustado para liberar um gás letal, o monóxido de carbono, dentro dos compartimentos totalmente vedados na carroceria, matando a quem ali estivesse, em complementação às operações de fuzilamento já em curso.
No dia 17 de julho de 1941, quatro semanas após a invasão da União Soviética, Hitler delegou ao Comandante das SS, Heinrich Himmler, a responsabilidade para cuidar dos assuntos de segurança na URSS ocupada. Hitler conferiu a Himmler autoridade para eliminar fisicamente quaisquer ameaças ao domínio alemão. Duas semanas depois, em 31 de julho de 1941, o líder nazista Hermann Goering autorizou ao General das SS, Reinhard Heydrich, o início das preparações necessárias para a implementação da "solução final para a questão judaica".
No outono de 1941 Himmler, comandante das SS, designou o general alemão Odilo Globocnik (das SS e chefe da polícia do Distrito de Lublin) para implementar o plano de eliminação dos que viviam sob o Generalgouvernement. O nome escolhido para aquele plano foi "Operação Reinhard", em homenagem ao acima mencionado Reinhard Heydrich, que havia sido assassinado por partisans tchecos em maio de 1942. Três campos de extermínio--Belzec, Sobibor e Treblinka--foram criados na Polônia com o objetivo único de facilitar o extermínio em massa.
De tempos em tempos, o campo Majdanek também servia como local de extermínio de judeus residentes na área do Generalgouvernement. Nele existiam câmaras de gás que as SS usaram para assassinar dezenas de milhares de israelitas que haviam sido trabalhadores escravos, mas que agora estavam fracos demais para exercer qualquer tipo de atividade. No centro de extermínio de Chelmno, a cerca de 50 quilômetros a noroeste da cidade de Lodz, as SS em conjunto com a polícia mataram, pelo menos, 152.000 pessoas, sendo a maioria delas israelitas, além de milhares de ciganos do grupo romas. Na primavera de 1942, Himmler determinou que Auschwitz II (Auschwitz-Birkenau) tornar-se-ia uma "fábrica" de extermínio em grande escala, e lá cerca de um milhão de judeus, de diversos países da Europa, foram assassinados.
O objetivo da "Solução Final" era exclusivamente o de exterminar todos os judeus europeus. Assim, nos campos de extermínio, as SS e a polícia alemã assassinaram cerca de 2.700.000 judeus utilizando mecanismos de asfixia por gás venenoso ou por fuzilamento, e 3.300.000 outros israelitas morreram devido às atrocidades cometidas contra eles pelos alemães e seus colaboradores, por fome, maus-tratos, espancamento, frio, doenças, experiências “médicas”, e outras formas de crueldade inimagináveis. No total, seis milhões de judeus--homens, mulheres e crianças--foram mortos pelos nazistas durante o Holocausto, aproximadamente 2/3 dos judeus que viviam na Europa antes da Segunda Guerra Mundial.
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